
Claro que a segunda frase está certa. Mas a primeira até é um bocado irónica, tendo em conta que foi A Paixão de Cristo que me "apresentou" Jesus. Se eu nunca tivesse visto A Paixão, provavelmente este blog não existia, e muitas das coisas que fiz ou disse tinha feito ou dito de outra forma. A Paixão é mais do que um marco, é um verdadeiro turning point.
Wake up.
Nem sei bem explicar porquê. De acordo com todos os meus critérios, o filme nem é uma coisa assim tão boa. Para começar tem demasiada violência, que eu normalmente evito seja em que tipo de filme for. E depois, não há propriamente uma "história" a ser contada, aspecto que valorizo acima de todos os outros no cinema. Apesar disto, A Paixão é #1.
Vi o filme duas vezes no cinema (e outras tantas fora do cinema). A primeira vez foi uma das experiências mais... estranhas, que já tive. Fui com umas amigas, e saímos todas do filme em silêncio. Não é comum um grupo sair do cinema e ficar 10 minutos à porta sem falar, à espera das boleias. Acho que nenhuma de nós estava à espera do que viu. Não é pela violência, apesar de a violência contribuir, mas sim pela injustiça, pela crueldade. Jesus era um homem pacífico, não merecia o que lhe fizeram.
Jim Caviezel também tem muito a ver com o efeito do filme. A representação dele é tão perfeita, que no ecrã quem eu vejo é Jesus, não o Jim. Se já viram o filme, lembrem-se de quando ele está na cruz e olha para a câmara, através da câmara. Se o efeito pretendido era um olhar-até-à-alma, foi conseguido.
Wake up.
Da segunda vez que vi o filme chorei o tempo todo. Dizem que chorar faz bem, e eu às vezes até acho que é verdade. Fui ler os Evangelhos com mais atenção. Já tinha lido um, Mateus, mas não dei muita atenção. Com a segunda leitura, tudo fazia muito mais sentido. Então este era o homem que eu tinha visto morrer no cinema. Achei maravilhosas as coisas que ele dizia e fazia.
WAKE UP
Às vezes temos momentos na vida que mais tarde dizemos terem sido a nossa "wake-up call". Eu tive uma wake-up call em duas partes. Uma mensagem em duas partes. Primeiro, um Jesus ensaguentado, coroado com espinhos, dizendo "Vês, Mãe, eu renovo todas as coisas". Depois, um Jesus sorridente falando sobre a Regra de Ouro.
Não acho que Jesus se resuma à sua Paixão. Partir deste princípio é negar tudo o que ele disse e fez durante a sua vida. E há muitas pessoas, talvez Mel Gibson incluído, que o fazem. E se A Paixão de Cristo resume em si o coração da Cristandade, não me parece uma coisa muito interessante. Mas se teve este efeito em mim, se calhar até o teve noutras pessoas, por esse mundo fora. Só por isso, SHALOM! a todos aqueles que trabalharam para o fazer.
2 comentários:
a-m-e-i!
eu chorei na primeira vez que vi o filme e ainda nao tive coragem para ver outra vez, é simplesmente demasiado forte. mas adorei e fez-me realmente pensar!
e ainda bem q te fez criar este blog, gosto de saber q nao sou a unica a preocupar-me c estas questões.
um beijinho ;)
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